O ativista Thiago Ávila será deportado ao Brasil até a manhã desta quinta (12). Ele faz parte do grupo que foi detido por Israel ao tentar levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza no último domingo (8). Desde então, Ávila iniciou uma greve de fome.
Antes, Ávila recusou a deportação e pediu que a tripulação do veleiro Madleen, da Flotilha da Liberdade, voltasse à embarcação e seguisse viagem. “Tanto a interceptação foi em águas internacionais, o que configura crime, a levada do Thiago e de toda a tripulação que estava com ele para Israel também de forma escoltada, também é crime”, informa a equipe de comunicação, em nota enviada ao Brasil de Fato.
O veleiro foi sequestrado pela Marinha israelense a aproximadamente 185 quilômetros da costa de Gaza. Quatro tripulantes já foram deportados. Entre eles, a ativista sueca Greta Thunberg, que deixou Israel na manhã desta terça-feira (10).
O grupo transportava uma pequena carga de ajuda humanitária que incluía arroz e fórmula para bebês. A embarcação partiu da Itália em 1º de junho com 12 ativistas de diferentes países – incluindo Brasil, França, Suécia, Alemanha, Espanha, Turquia e Países Baixos – com o objetivo de romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza.
Em nota, o Itamaraty reiterou “sua firme condenação à interceptação, em águas internacionais, por forças israelenses, da embarcação “Madleen”, em flagrante transgressão ao direito internacional”. O governo brasileiro também informou que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv está prestando todas as assistências necessárias a Thiago Ávila.
O Ministério das Relações Exteriores destacou, inclusive, o “contexto de gravíssima situação humanitária na Faixa de Gaza, onde há fome e desnutrição generalizadas”. “O Brasil deplora a continuidade de severas restrições, em violação ao direito internacional humanitário, à entrada de itens básicos de subsistência no Estado da Palestina”, diz a pasta em outro trecho.
A população palestina enfrenta bombardeios diários, deslocamento forçado e risco iminente de fome devido ao bloqueio imposto pelo governo israelense. Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 54.700 palestinos, a maioria civis, morreram vítimas dos ataques de Israel. Os números são considerados confiáveis pela Organização das Nações (ONU).