O governo chinês afirmou, nesta sexta-feira (13), que se opõe aos ataques de Israel ao Irã. “A China está extremamente preocupada com os ataques de Israel contra o Irã e profundamente preocupada com as graves consequências que essas ações relevantes podem trazer”, disse Lin Jian, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China. O país reforçou que é contra a “violação da soberania, segurança e integridade territorial do Irã”.
Edifícios residenciais em Teerã, a capital iraniana, assim como vários pontos na cidade de Tabriz, no noroeste, e nas cidades de Khorramabad, Kermanshah, Boroujerd e Natanz, foram alvos.
“A escalada abrupta da situação regional não é do interesse de nenhuma das partes. Apelamos a todos os envolvidos para que tomem medidas que sejam conducentes à paz e estabilidade na região e evitem uma nova escalada de tensões”, disse Lin.
O porta-voz também afirmou que a China está pronta para “desempenhar um papel construtivo nos esforços de distensão”.
Posicionamento da Agência Internacional de Energia Atômica
Nesta sexta, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, fez uma declaração ao Conselho de Governadores da entidade sobre a agressão israelense.
Um dos alvos dos ataques israelenses foi a planta de enriquecimento de urânio de Natanz, na província de Isfahan. As autoridades iranianas afirmaram à AIEA que não foi registrado nenhum aumento nos níveis de radiação na área.
“Este desenvolvimento é profundamente preocupante”, expressou Grossi.
“Tenho afirmado repetidamente que instalações nucleares jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode prejudicar tanto as pessoas quanto o meio ambiente”, continuou.
O diretor da AIEA lembrou que diversas resoluções das entidades afirmam que “qualquer ataque armado e ameaça contra instalações nucleares destinadas a fins pacíficos constitui uma violação dos princípios da Carta das Nações Unidas, do direito internacional e do Estatuto da Agência”.
Com o ataque, Israel assassinou várias lideranças militares, cientistas nucleares e civis iranianos. Entre eles, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, major-general Mohammad Bagheri, o comandante do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, major-general Hossein Salami, e o major-general Gholam Ali Rashid, comandante do quartel-general central das Forças Armadas Iranianas.
Entre os cientistas nucleares assassinados estavam Mohammad-Mehdi Tehranchi, Fereydoon Abbasi, Abdolhamid Minouchehr, Ahmadreza Zolfaghari, Seyyed Amirhossein Feqhi e Motalebizadeh.
Em comunicado, o Estado-Maior das Forças Armadas do Irã afirmou que “não haverá limites para responder a esse crime”, já que Israel “cruzou todas as linhas vermelhas”.