O governo da Venezuela criticou os ataques de Israel contra o Irã realizados na madrugada desta sexta-feira (13). Para Caracas, o bombardeio é uma agressão militar “ilegítima, injustificada e violadora do direito internacional”. A ofensiva israelense tinha como foco estruturas militares e nucleares. Israel atingiu mais de 100 alvos com cerca de 200 caças em operação chamada “Rising Lion” e matou figuras-chave do Irã.
Entre os mortos estão o general Hossein Salami, comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária desde 2019, e o general Mohammad Bagheri, chefe do Estado‑Maior das Forças Armadas. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela reforça a posição iraniana de que essa ofensiva é a declaração aberta de uma guerra.
“Este é um ato de guerra que se soma ao longo histórico de crimes do regime de [Benjamin] Netanyahu, cujo maquinário de destruição opera fora de qualquer estrutura legal. A Venezuela exige o fim imediato de todas as hostilidades por parte de Israel, que transformou sua política externa em uma ameaça permanente à paz na Ásia Ocidental”, afirma o comunicado .
Caracas ainda presta solidariedade ao Aiatolá Khamenei, ao Presidente Masoud Pezeshkian e ao povo iraniano pelo “ataque covarde”. O texto termina reiterando que “não haverá paz sem justiça” e chama os bombardeios israelenses de “loucura alimentada por armas”.
Cuba
Outro país latino-americano que condenou os ataques foi Cuba. O presidente Miguel Díaz-Canel disse em publicação nas redes sociais que condena “nos termos mais fortes” os ataques israelenses e afirma que esses bombardeios aumentam a tensão no Oriente Médio de maneira irresponsável.
“Condenamos nos termos mais fortes os ataques perpetrados por Israel contra a República Islâmica do Irã, que aumentam irresponsavelmente as tensões no Oriente Médio e colocam em risco a paz e a segurança internacional e regional, com consequências imprevisíveis. Pedimos o fim desta barbárie e o respeito ao direito internacional”, afirmou.
A ofensiva também vitimou seis cientistas nucleares e outros altos comandantes, incluindo Ali Shamkhani, assessor próximo do líder supremo, e Gholam Ali Rashid, comandante do Quartel-General Central do Khatam al-Anbia do Irã, e atingiu instalações nucleares, como a usina de Natanz.
Após os bombardeios de Israel, iniciados na madrugada desta sexta contra alvos militares e nucleares, o Exército iraniano declarou, em comunicado, que Teerã “não terá limites” na sua resposta ao ataque, afirmando que “o regime terrorista que ocupa Al Quds (Jerusalém) cruzou todas as linhas vermelhas”.
Em resposta, o Irã lançou mais de cem drones contra o território israelense — a maioria interceptada — e anunciou que continuará revidando com uma retaliação “amarga e dolorosa”.